AMAR para INTERVIR +
Este projeto pretende ser uma resposta para promover iniciativas de desenvolvimento e de capacitação das comunidades locais, assim como intervir de forma célere e eficaz, de forma a criar comunidades mais resilientes, inclusivas e saudáveis, evitando estigmas, preconceitos e barreiras associados à comunidade cigana. Ao longo de 12M, serão desenvolvidas 5 ativ de promoção de competências interpessoais e multiculturalidade. Paralelamente serão dinamizadas oficinais de artes e ofícios com vista à produção de materiais e consolidação de conhecimentos adquiridos nas ativ anteriores. A última ativ será de capacitação técnica de voluntários. Para a elaboração deste projeto foi auscultada a comunidade cigana do bairro Cabo Mor, que teve um papel ativo na elaboração de todo o ciclo de vida do projeto, desde a identificação de necessidades, até à análise de recursos. Os beneficiários deste projeto serão à posteriori agentes de formação para outros beneficiários da mesma comunidade.
Objetivo geral e justificação
Com a implementação do projeto AMAR para INTEGRAR+, pretende-se promover a integração das comunidades ciganas, melhorando as suas condições de vida, através da promoção de competências pessoais, sociais e profissionais. Tratando-se de uma etnia com défice crónico de cidadania, deseja-se com o projeto AMAR para INTEGRAR+, promover novas competências de integração e convivência em sociedade, respeitando sempre as diferenças culturais, e aprendendo com as mesmas. Ou seja, o objetivo é que compreendam que independentemente das diferenças existentes na comunidade e na sua etnia, ambas poderão coexistir em harmonia, formando uma sociedade mais rica, que na verdade é uma sociedade de, e para todos. Em suma, pretendemos com este projeto criar um clima de aprendizagens facilitadoras, que se traduza no desenvolvimento da dimensão cognitiva, emocional e social, a curto e médio prazo, na população de etnia cigana.
Objetivo específico 1 e justificação
Promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e aumentar conhecimento, valorização, cidadania e o respeito pelas diferenças existentes entre as culturas, etnias e povos. Efetivamente, a literatura indica que nas comunidades ciganas a igualdade de género ainda é uma utopia. A juventude cigana enfrenta grandes dificuldades relativamente ao seu empoderamento cívico e plena participação na tomada de decisão política face à comunidade maioritária e, no caso das jovens mulheres ciganas, face aos seus pares masculinos. A desigualdade de género na comunidade cigana baseia-se no sistema patriarcal, centrado na autoridade masculina, face à subordinação feminina. Torna-se urgente a desmistificação de preconceitos e ideias preconcebidas acerca deste tema, dando maior empoderamento à mulher cigana e mostrando á comunidade de uma forma geral que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e deveres numa comunidade justa e imparcial (Juventude e Igualdade: Comunidades Ciganas, 2017
Objetivo específico 2 e justificação
Dotar os participantes de ferramentas para uma melhor integração no mercado de trabalho. Dada a baixa escolaridade, as situações de desemprego e desocupação aumentam de forma gritante, na comunidade cigana. Isto leva a que, a participação em atividades suspeitas e ilícitas, como o tráfico de droga se torne uma realidade presente em diversas comunidades ciganas, com as devidas reservas em termos de generalização. Torna-se premente dotar estes indivíduos de competências e técnicas de procura de emprego para que seja possível eliminar a precariedade, tornando diferente o dia-a-dia desta comunidade.
Objetivo específico 3 e justificação
Promover competências pessoais, emocionais e sociais com vista ao seu desenvolvimento pessoal. Devido ao estigma e preconceitos associados à comunidade cigana e que molda a perceção de autoconceito dos jovens, consideramos fulcral o desenvolvimento de competências pessoais, emocionais e sociais que lhes permitam adotar estratégias adequadas, que não vinculem estereótipos negativos. Face às dificuldades de integração acrescidas que a comunidade cigana enfrenta, é preemente que estes desenvolvam estratégias e competências para lidar com as pressões sociais e que permitam a sua adequada envolvência, com vista ao desenvolvimento do seu projeto de vida, seja na família, na escola/emprego e na relação com os outros.
Objetivo específico 4 e justificação
Informar sobre práticas responsáveis de promoção da saúde e prevenção de doença, com especial enfoque na atual situação pandémica. De acordo com o Estudo Nacional das Comunidades Ciganas, os problemas destas comunidades centram-se " na higiene oral, sobretudo das crianças (...) hábitos alimentares menos adequados (...) dificuldades em cumprir regras de horários ou de comparência a algumas consultas de especialidade e de planeamento familiar (...), cuidados de higiene e problemas respiratórios." Considerando estas problemáticas torna-se essencial atuar na educação para a saúde, com especial enfoque nas áreas enunciadas anteriormente, nomeadamente as regras de etiqueta respiratória para prevenção e contenção não só da pandemia como dos problemas existentes nesta comunidade.
Objetivo específico 5 e justificação
Capacitar um conjunto de voluntários de metodologias de trabalho que possam ser replicados à posteriori numa outra comunidade a definir. Com este objetivo pretendemos, numa abordagem de educação entre pares, fomentar o envolvimento dos jovens da comunidade na transmissão de conhecimentos, numa perspetiva de horizontalidade. Ou seja, é interessante verificar a dualidade deste objetivo, por um lado, verificamos o empoderamento e, consequente aumento de competências de autoconceito, autoestima e auto-realização dos jovens. Por outro lado, a informação veiculada de jovem para jovem, dentro da mesma comunidade, assegura que esta seja mais facilmente interiorizada e considerada mais credível.
Parceria local
Promotora
Associação para o Desenvolvimento de Gaia - AMARGAIA
Parceira
Gaiurb, Empresa Publica Municipal
ACeS Grande Porto VII - Gaia
Junta de Freguesia de Mafamude e Vilar do Paraíso
Território(s) de intervenção
1. Pretende-se como território de intervenção o município de Vila Nova de Gaia, com especial enfoque no bairro tutelado pela GAIURB e IRHU onde residem maioritariamente populações ciganas, nomeadamente o Bairro Cabo Mor.
Mafamude e Vilar do Paraíso, Vila Nova De Gaia
Critério 1. Condições de habitabilidade deficientes ou precárias, nomeadamente:
Exiguidade do espaço habitável
Desadequação severa dos espaços comuns
Critério 2. Número significativo de moradores com rendimentos baixos ou muito baixos, nomeadamente:
Pessoas em situação de desemprego, lay-off ou precariedade laboral
Pessoas com poucos anos de escolaridade
Pessoas abrangidas por prestações e apoios do subsistema público da ação social
Critério 3. COVID-19
Número significativo de pessoas de risco em caso de COVID-19, nomeadamente idosos e portadores de doenças crónicas
Critério 4. Número significativo de pessoas com constrangimentos de acesso a cuidados de saúde, nomeadamente por:
Falta de capacidade económica para aquisição de medicamentos
Critério 6. Número significativo de crianças e jovens em idade escolar a não frequentar a escola ou com elevada percentagem de insucesso, nomeadamente por:
Abandono escolar
Falta de condições para aceder ao ensino a distância
Critério 7. Exclusão social
Número significativo de pessoas em situação de exclusão social, isolamento ou abandono, nomeadamente idosos, pessoas em situação de sem abrigo ou vítimas de tráfico
Atividades
1. Vamos conhecer diferentes culturas
Esta consiste na realização de sessões em grupo, 2x por mês (1 grupo com faixas etárias diferentes), onde serão trabalhados conceitos de multiculturalidade: construção histórica e política de vários povos e etnias, particularidades e semelhanças entre eles, mitos e preconceitos, identidade cultural. Tendo em conta a atividade a desenvolver torna-se essencial que no final exista um momento de reflexão onde se pretende a integração e partilha de informações produzidas. As sessões serão dinamizadas de 15 em 15 dias.
Destinatários preferenciais
Jovens (18 a 24 anos), Adultos (25 a 64 anos)
2. Conversas azuis e rosas.
Esta atividade consiste na realização de sessões, 2x por mês (para 2 grupos com faixas etárias diferentes) onde serão trabalhados conceitos de igualdade de género, através de metodologias práticas e ativas. Pretende-se a distinção entre sexo e género através da características biológicas e psicológicas atribuídas a cada indivíduo. As sessões serão dinamizadas de 15 em 15 dias.
Destinatários preferenciais
Crianças (0 a 17 anos), Jovens (18 a 24 anos), Adultos (25 a 64 anos)
3. À procura de (novo) emprego!
Esta atividade consiste na realização de sessões, 2x por mês (para grupo com faixas etárias diferentes) onde serão trabalhadas questões de autoconhecimento, construção de um plano pessoal de mudança, considerações acerca da imagem pessoal, construção de um currículo e carta de apresentação, fontes de informação acerca de ofertas de trabalho, responder a uma oferta de trabalho e comportamentos a adotar numa entrevista profissional. As sessões serão dinamizadas de 15 em 15 dias.
Destinatários preferenciais
Jovens (18 a 24 anos), Adultos (25 a 64 anos)
4. Olhando para dentro de mim.
Esta atividade consiste na realização de sessões, 2x por mês (para 2 grupos com faixas etárias diferentes) onde serão trabalhadas competências, tais como autoconhecimento, autogestão, consciência social, relações interpessoais e processos de tomada de decisões responsáveis. Para além disso, serão apontadas práticas específicas para que cada participante aplique no seu quotidiano tanto ao nível da autogestão e autoconhecimento como da gestão do relacionamento com os outros. As sessões serão dinamizadas de 15 em 15 dias.
Destinatários preferenciais
Crianças (0 a 17 anos), Jovens (18 a 24 anos), Adultos (25 a 64 anos)
5. Conversas sobre saúde e doença.
Esta atividade consiste na realização de sessões, 2x por mês (para 2 grupos com faixas etárias diferentes) onde serão trabalhadas questões relativas aos cuidados de saúde, com especial enfoque em medidas preventivas para a COVID-19. Ser saudável é também ter condições de conviver e socializar de forma adequada e, em caso de doença, ter condições de recuperar o estado ideal de saúde. Com isso, para termos saúde, precisamos de um ambiente saudável, de uma alimentação adequada e de um equilíbrio emocional e físico. As sessões serão dinamizadas de 15 em 15 dias.
Destinatários preferenciais
Crianças (0 a 17 anos), Jovens (18 a 24 anos), Adultos (25 a 64 anos)
6. Big Five.
Esta atividade consiste na realização de sessões, 2x por mês (para 2 grupos com faixas etárias diferentes) onde serão trabalhadas 5 dimensões da personalidade humana, consideradas como as principais características de sucesso, nomeadamente abertura a novas experiências, consciência, extroversão, amabilidade e estabilidade emocional. Serão utilizados métodos como: visualização de filmes, simulações de papéis, análise de situações que os participantes partilhem, entre outros de carácter pratico. As sessões serão dinamizadas de 15 em 15 dias.
Destinatários preferenciais
Crianças (0 a 17 anos), Jovens (18 a 24 anos), Adultos (25 a 64 anos)
7. Oficinas de artes e ofícios
Esta ativ consistirá em trabalhar a entreajuda, cooperação, trabalho em equipa e relacionamento interpessoal através das artes, tais como música, dança e cestaria. 2 dos beneficiários do projeto estarão encarregues por: criar e alimentar as redes sociais associadas ao proj e captar as várias fases do mesmo. Daqui resultará uma página de Facebook para que a comunidade em geral possa acompanhar o projeto e desmitificar preconceitos e um vídeo de making of a apresentar à comunidade, em espetáculo promovido para o efeito. Decorrerá 1x por semana, entre agosto e novembro.
Destinatários preferenciais
Crianças (0 a 17 anos), Jovens (18 a 24 anos), Adultos (25 a 64 anos)
8. Capacitar para Incluir.
Esta atividade consiste na capacitação de um grupo de voluntários da comunidade cujo objetivo será dotá-los de competências, metodologias e técnicas que lhes permitam replicar o programa AMAR para INTERVIR+ numa comunidade com as mesmas características (crianças e jovens em idade escolar a não frequentar a escola ou com elevada percentagem de insucesso e/ou pessoas em situação de exclusão social). Serão dinamizadas 25h, divididas pelo último mês do projeto.
Destinatários preferenciais
Jovens (18 a 24 anos), Adultos (25 a 64 anos)