Este projecto pretende apoiar as comunidades nómadas de etnia cigana presentes no Concelho de Évora proporcionando condições para a melhoria da sua qualidade de vida, apoio à população sénior do mesmo território com dificuldades de mobilidade e financeiras, na distribuição de reforço alimentar, na sensibilização para comportamentos e atitudes amigas do ambiente e na prevenção do contágio do vírus Covid 19.

É objetivo geral intervir num território com diversas problemáticas e assimetrias, como é o caso da União de Freguesias Horta das Figueiras/Malagueira no concelho de Évora, limitando e reduzindo contextos negativos que diminuem substancialmente a qualidade de vida das populações, e subtraem ao mesmo tempo sentimentos de pertença ao espaço social e cultural onde vivem. De acordo com os últimos levantamentos efectuados, a população nómada de etnia cigana tem aumentado nos últimos anos, manifestando uma crescente procura por espaços próximos da cidade de Évora, nomeadamente no território já referido. Estas comunidades nómadas muito frágeis, radicam na maior parte dos casos na pobreza e em condições de vida precárias. Paralelamente, existe neste território, um elevado número de idosos com parcos recursos que impossibilitam o acesso a uma alimentação equilibrada e a cuidados de saúde que necessitam, dependendo a sua subsistência, em grande parte, do apoio de projectos desta natureza.

Este plano de acção pretende apoiar activamente os acampamentos de etnia cigana presentes no território, constituir em coordenação com os parceiros, uma equipe multidisciplinar, um conjunto diversificado de actividades a desenvolver em visitas aos acampamentos, com o objectivo de diagnosticar as problemáticas existentes, ao nível da saúde, da educação, da família, educação sexual e ambiente comunitário. Nestas visitas regulares é igualmente pretensão tratar as questões associadas ao bem-estar dos animais domésticos presentes, nomeadamente na prevenção de hidatidoses, e por conseguinte na higiene do acampamento em si. Verifica-se se que estes espaços comunitários têm falta de condições de higiénico/sanitárias, maus hábitos alimentares com visível fraca diversificação da dieta alimentar, menores em situação de abandono escolar e fracos recursos financeiros que permitam aquisição de bens de primeira necessidade.

Promover um apoio técnico para a resolução de situações na procura activa de emprego, na inscrição na segurança social, finanças, habitação social e nas matrículas escolares. Proporcionar momentos de sensibilização para as questões ambientais, especificamente as relacionadas com a reciclagem e o encaminhamento do lixo produzido para os eco pontos. A maior parte dos acampamentos detectados neste território evidenciam uma ausente gestão do lixo produzido, sendo este acumulado no próprio terreno do acampamento contribuindo assim para o aumento de eventuais surtos de doenças. A maior parte dos membros destes agregados familiares necessitam de apoio para a resolução e gestão dos seus problemas do quotidiano e das situações relacionadas com as Instituições Oficiais que lhes dão apoio. A maioria das pessoas que habitam nestes espaços de vivência comunitária não sabem ler nem escrever, sendo que estas desigualdades só conseguem ser colmatadas com apoio vindo do exterior.

Promover acções de sensibilização para a prática de medidas de prevenção relativamente à pandemia Covid 19, nas comunidades nómadas de etnia cigana e na população idosa sinalizada, quer pela entidade promotora, quer pelos restantes parceiros do projecto. Tem-se verificado que as medidas normais de protecção individual em contexto Covid, não são regularmente usadas nos acampamentos, não obstante viverem em condições de espaço aberto, não se tem registado esses procedimentos, o que pode criar situações de surtos nessas comunidade e eventualmente para o exterior, dado os contactos frequentes com familiares em habitação social. Semelhante situação acontece em alguns casos de idosos, que dado o desconhecimento dos factos, mobilidade deficiente, e até falta de recursos financeiros para aquisição de material de protecção, também não reproduzem as atitudes certas e higienicamente correctas.l

Criação de um banco alimentar permanente e reforço do existente na entidade promotora, de forma a garantir o apoio alimentar, sempre que necessário e urgente, para as pessoas sinalizadas pelos agentes e ou detectadas nas visitas aos acampamentos. Os dados actuais, e o constante aumento do números de idosos a solicitar apoio alimentar nas Instituições presentes no território, indicam graves fragilidades que estas pessoas e famílias têm no acesso a bens alimentares de forma regular. O contexto pandémico em que vivemos veio agudizar estas realidades, já de si deprimentes, e pôr em evidência fenómenos de pobreza extrema. Este cenário é igualmente visível nas comunidades nómadas, onde se presenciam transversalmente situações de má nutrição, com especial relevância nas crianças.

Através das respostas sociais que possuiu, a entidade promotora, tem detectado casos de má nutrição em crianças e jovens, oriundos de famílias de etnia cigana, em acampamentos ou em habitação social no território em causa. Outras situações têm-se verificado na restante população, que corresponde a famílias residentes em situação de desemprego. A detecção destas situações requerem a necessidade de uma resposta que tente mitigar no imediato que estes contextos subsistam e ao mesmo tempo promovam a participação das entidades competentes, que em grande parte dos casos nunca chegam a ter conhecimento destes factos. De novo, o actual contexto em que vivemos veio acentuar as desigualdades sociais, a falta de condições de acesso a bens de primeira necessidade, e não menos importante, a falta de esperança num futuro, num projecto de vida.

Associação para o Desenvolvimento e Bem Estar Social

União das Freguesias de Malagueira e Horta das Figueiras
Associação para o Planeamento da Familia
Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central
Educação e sensibilização ambiental