Sigapé pela Saúde
Tendo como premissa que bairros mais humanizados e inclusivos são também bairros mais saudáveis, este projeto, que será desenvolvido em Tavira na envolvente da Escola Básica Horta do Carmo, pretende criar condições para uma mobilidade mais suave e uma vivência mais plena do espaço público pelas crianças na envolvente da escola. Partindo de um estudo dos padrões de mobilidade das crianças desta comunidade e de uma avaliação dos riscos e obstáculos à mobilidade e usufruto autónomo e seguro do bairro, serão implementadas várias iniciativas co construídas com as crianças para promover modos de deslocação suave e saudável e uma transformação do espaço público à volta da escola e elaboradas ferramentas de apoio à criação de zonas que permitam uma maior vivência do bairro na envolvente da escola de forma segura e saudável. A dinamização do projeto por uma equipa de intervenção em Saúde permitirá ainda trabalhar não só as questões da mobilidade suave, da saúde física mas também da saúde mental
Objetivo geral e justificação
Promover uma mobilidade mais suave e uma vivência mais plena do espaço público pelas crianças na envolvente da escola. Brincar, andar a pé ou de bicicleta livremente e de forma segura são direitos fundamentais da criança e estas oportunidades contribuem de forma determinante para o seu bem-estar e saúde. Mas nem sempre isto é possível, seja pelas barreiras físicas e sociais existentes – trânsito automóvel, passeios pouco acessíveis, receio das famílias – como pela insegurança rodoviária. Em tempo de pandemia desfrutar o espaço público torna-se ainda mais importante dada as restrições atuais no uso dos espaços fechados. É essencial o encontro com outras pessoas, o contacto com os espaços verdes e com um ambiente mais livre de poluição. As crianças moverem-se de forma mais suave e usufruírem mais do espaço público é essencial para serem mais ativas, para estreitar relações com a escola e a comunidade, o que contribui para a sua saúde física, mental e social e para a saúde coletiva.
Objetivo específico 1 e justificação
Caraterizar os padrões de mobilidade das crianças e os obstáculos para uma mobilidade e um usufruto autónomo e seguro do espaço público à volta da escola É fundamental para delinear estratégias para uma mobilidade mais saudável e um usufruto mais autónomo do espaço público pelas crianças, conhecer de forma mais detalhada quais os principais obstáculos à sua livre deslocação e permanência neste espaço. É importante perceber quais as barreiras físicas que encontra (infraestrutura, trânsito automóvel) e a sua perceção deste espaço (restrições e/ou oportunidades que proporciona e as que gostaria que proporcionasse). Para além disso, compreender quais os seus modos de deslocação predominantes e quais as razões para a sua escolha é determinante para conhecer as suas motivações. Este diagnóstico deve integrar ferramentas de avaliação validadas com a avaliação das crianças, famílias e comunidade educativa. Os trajetos casa-escola devem ser o foco principal deste diagnóstico.
Objetivo específico 2 e justificação
Implementar com carácter regular iniciativas que promovam uma mobilidade suave e uma transformação do espaço público à volta da escola, pelas crianças O processo de mudança de paradigma de mobilidade e do papel do espaço público na vida das comunidades implica criar condições para que as crianças experienciem formas diferentes de estar no bairro – mais comunitárias, inclusivas, mais livres de veículos automóveis - sobretudo na envolvente da escola. No fundo, mais saudáveis. A criação de rotas de Autocarro Humano para além de criar um modo alternativo de ir para a escola, evitando o transporte particular em automóveis, possibilita a maior proximidade entre crianças e com a escola, promovendo uma maior motivação e disponibilidade para a aprendizagem. Assim como, o fecho temporário de ruas perto da escola para brincar, andar de bicicleta, patins.
Objetivo específico 3 e justificação
Criar condições e ferramentas para a partilha, com os decisores do poder local, de soluções e medidas para uma mobilidade mais suave e uma vivência mais plena do espaço público na envolvente da escola. O conhecimento dos problemas, necessidades e soluções para aumentar a presença e permanência das crianças nos bairros e ruas e a sua mobilidade saudável deve ser compilado e partilhado, quer com a restante comunidade - através de webinars e reflexões, nos quais as crianças também têm voz ativa -, quer com o poder local. Importa apresentar propostas concretas para um espaço público mais humanizado, mais saudável e mais amigo das crianças e entregar ferramentas que possam ser postas em prática pelas autarquias em estreita colaboração com as pessoas que vivem na sua comunidade. O desenvolvimento de orientações para a criação de zonas livres de carros à volta da escola e implementação de medidas que aumentem o usufruto do espaço público na envolvente da escola, é, neste contexto, essencial.
Parceria local
Promotora
APSI - Associação para a Promoção da Segurança Infantil
Parceira
Associação Rotinas Selvagens
Associação 1,2,3 Macaquinho do Xinês
Município de Tavira
Território(s) de intervenção
1. A intervenção centra-se nos Bairros da Porta Nova, Horta do Carmo e Eduarda Lapa e na envolvente da Escola Básica Horta do Carmo, do Concelho de Tavira na União de Freguesias de Santa Maria e Santiago.
Tavira (Santa Maria e Santiago), Tavira
Critério 2. Número significativo de moradores com rendimentos baixos ou muito baixos, nomeadamente:
Pessoas com poucos anos de escolaridade
Critério 3. COVID-19
Número significativo de pessoas de risco em caso de COVID-19, nomeadamente idosos e portadores de doenças crónicas
Critério 4. Número significativo de pessoas com constrangimentos de acesso a cuidados de saúde, nomeadamente por:
Falta de capacidade económica para aquisição de medicamentos
Critério 6. Número significativo de crianças e jovens em idade escolar a não frequentar a escola ou com elevada percentagem de insucesso, nomeadamente por:
Falta de condições para aceder ao ensino a distância
Critério 7. Exclusão social
Número significativo de pessoas em situação de exclusão social, isolamento ou abandono, nomeadamente idosos, pessoas em situação de sem abrigo ou vítimas de tráfico
Atividades
1. Estudo de Mobilidade
Nesta atividade pretende-se desenvolver um estudo sobre a forma como as crianças se deslocam no percurso casa escola e ainda outro sobre como é percepcionado, por parte das crianças, este trajeto. Decorrente da análise dos dados serão realizadas sessões de reflexão sobre os dados obtidos e partilhados com a comunidade. Será ainda criado um caderno de proposta que compila as ideias das crianças sobre o espaço na envolvente da escola, com as alterações possíveis para melhorar as condições de mobilidade e de vivência no espaço público, para criar ambientes mais seguros e saudáveis.
Destinatários preferenciais
Crianças (0 a 17 anos)
2. Autocarro Humano
Esta atividade pretende criar rotinas de mobilidade mais suave e segura, através de Rotas a pé desde o bairro até à escola, que são acompanhadas por adultos. Ao irem a pé, as crianças iniciam o dia com atividade física, ficando mais ativos e disponíveis para as aprendizagens. Reduz-se a afluência de trânsito, insegurança e poluição à porta da escola. E permite ainda viver o espaço público, identificando problemas e soluções, através de campanhas de sensibilização. E, sendo uma equipa de saúde que implementa, permitirá ainda uma intervenção informal e próxima nestes trajetos de casa escola.
Destinatários preferenciais
Crianças (0 a 17 anos)
3. Schoolstreets
Identificar e avaliar a zona crítica envolvente da escola onde importa estabelecer um reforço de medidas de acalmia de trânsito. Criar um conjunto de propostas para o poder público poder intervir. Fazer sessões de partilha de conhecimento (webinares). E ainda, dinamizar sessões de corte de estrada e reivindicar o espaço público para as crianças poderem brincar e viver no seio da comunidade, apoiadas por toda uma comunidade que cuida do espaço e criar ambientes seguros e saudáveis para crescer. Centrando a intervenção junto à escola para aumentar o impacto e abrangência da resposta às crianças.
Destinatários preferenciais
Crianças (0 a 17 anos)