Sessão de encerramento do programa.
Sessão de encerramento do programa.
Na Quinta da Princesa as Mulheres Contam

Emancipação

Na Quinta da Princesa nasceu um projeto que conta com as mulheres para uma ação duradoura e sustentada

O Projeto Na Quinta da Princesa as Mulheres Contam que teve como entidades promotoras o MDM – Movimento Democrático de Mulheres e a AMUCIP – Associação para o Desenvolvimento das Mulheres Ciganas Portuguesas, tinha subjacente a ideia de que, a vida comunitária e a melhoria das condições de vida, tem e deverá continuar a ter a participação efetiva das mulheres.

Sim, porque as mulheres conhecem os bairros, vivem neles e suportam o peso e as agruras do dia a dia, mas igualmente como cidadãs têm opiniões e propostas para viverem melhor e sabem do que falam quando há carências de habitação, de transportes, de dinheiro para a alimentação ou para os medicamentos. Sabem o que desejam quando decidem ir para a escola, enquanto adultas em busca de uma vida em igualdade e de maior qualidade ou quando sonham ter um futuro com alegria e felicidade.

Essa é a ideia de partida que justificou o nome do projeto – Na Quinta da Princesa as Mulheres contam. Outra ideia fundamental, que se conjugou com a anterior, foi a importância dada à transversalidade, cooperação e interligação, que são fatores de desenvolvimento e de avanço de organizações de mulheres, de organizações sociais e comunitárias.

Com esta parceria MDM/AMUCIP nasceu este projeto de valorização das mulheres na Quinta da Princesa, apostando na sua participação em benefício de um dos territórios mais icónicos do Seixal, na freguesia de Amora.

A presença das mulheres na Quinta da Princesa.
A presença das mulheres na Quinta da Princesa.

O trabalho desenvolvido há vários anos neste bairro, pelos nossos parceiros ( Câmara Municipal do Seixal, Junta de freguesia de Amora, CAPA e ACES Almada/Seixal), foi fundamental para dar corpo a esta ideia proposta pelo Programa Bairros Saudáveis, destinado a populações vulneráveis - seja pela pandemia Covid19, pela habitação ou outros fatores relevantes.

O projeto propôs-se fazer um trabalho qualificado com as mulheres das diferentes comunidades e faixas etárias, residentes no território, nomeadamente as de origem africana, de etnia cigana, migrantes e outras, tendo como prioritários os eixos da saúde, social e ambiental.

Podemos dizer que floresce no bairro o Grupo Colaborativo de Mulheres da Quinta da Princesa! Nasceu com o Projeto Na Quinta da Princesa as Mulheres Contam, pela via do Programa Bairros Saudáveis, programa da República Portuguesa, através do Ministério da Saúde, o PRR e a União Europeia.

Várias sessões de trabalho no bairro permitiram fazer um diagnóstico participativo para elencar os problemas mais sentidos pelo grupo colaborativo de mulheres, que se foi construindo dia a dia. Uma construção feita com base nas relações de respeito por todas as culturas e idades, na valorização das redes de afetos que, entretanto, reforçaram laços de simpatia e amizades, alimentando a coesão e a própria organização na Quinta da Princesa

As atividades desenvolvidas e o envolvimento dos moradores como se pode constatar nas sessões marcadas para o efeito e também na sessão festa de encerramento deixam-nos a confiança que este grupo colaborativo de mulheres, possa ser protagonista das muitas vozes silenciadas, daqui para a frente.

Os materiais produzidos ajudaram a dar a visão global da metodologia aplicada e dos resultados alcançados, levando mais longe o conhecimento e o envolvimento participativo e criativo de um grande conjunto de mulheres.

Esta curta experiência, com a duração de um ano, deverá ser vista como impulsionadora de outras ações que garantam uma maior sustentabilidade da intervenção das mulheres e da comunidade, por um bairro mais saudável, socialmente mais justo, ambientalmente mais agradável e seguro.

Deixamos claro, pela nossa experiência,que as parcerias, quando assentes na valoração do que de melhor as organizações têm, desenvolvem sinergias que são verdadeiros potenciais de desenvolvimento social e humano.