Fica Bem Entre Linhas
Continuar a criar laços de amizade entre as participantes
O segundo grupo de participantes iniciou atividades no início de abril e terminou no final do mês de julho. No último encontro as mulheres mostraram vontade em continuar com as atividades desenvolvidas durante o projeto e em manter o contacto, prova do impacto que tem tido o projeto nos últimos meses.
Seis mulheres imigrantes, quatro angolanas e duas guineenses foram as protagonistas do segundo grupo do projeto “Fica bem Entre Linhas”. Com idades compreendidas entre os 19 e os 57 anos, os motivos que as trouxeram a Portugal foram muitos: desde tratamentos médicos, à procura de melhores condições de vida.
No geral, o grupo tinha uma baixa rede de suporte em Portugal, com apenas uma das mulheres empregada em regime part-time. O projeto, tal como idealizado, veio colmatar esta exclusão social dando a cada participante uma ocupação diária e um espaço de convivência.
Ao longo dos quatro meses, foram desenvolvidos 31 workshops de costura, duas sessões informativas, uma de hábitos alimentares saudáveis já mencionada no artigo anterior e uma sessão de sensibilização sobre a temática da covid-19. Foram também promovidas 14 sessões de desenvolvimento de competências pessoais, sociais e profissionais, das quais uma visita ao Museu do Traje que envolveu uma dinâmica nas oficinas de restauro de roupas clássicas.
Ainda como parte do plano de atividades foram feitas sete sessões de grupos de partilha, que envolveram a comunidade de uma maneira muito especial. O Espaço Mundo onde são desenvolvidas as atividades do projeto trabalha essencialmente com jovens da comunidade, neste âmbito um dos jovens residente da comunidade dinamizou uma atividade de partilha de conhecimentos tecnológicos.
Na sessão, o grupo pelo reduzido conhecimento nessa área teve espaço para expor dúvidas sobre como utilizar aplicações (exemplo: WhatsApp, Instagram e Facebook) assim como aprender noções básicas de segurança digital. Na sessão o grupo ainda criou um logótipo!
Nas restantes sessões foram abordados temas relacionados com o país de origem de cada mulher. Uma participante ensinou o grupo a fazer em crochet peças do país de origem, as mulheres angolanas partilharam ensinamentos sobre artesanato e bijutaria e como não podia faltar houve uma sessão de comida africana.
O grupo era extremamente motivado e ainda participaram numa atividade extra no âmbito do Dia Mundial do Refugiado, em que dinamizaram uma barraquinha com comida e artesanato com peças costuradas nas aulas.
Foram meses muito bem passados, com um grupo motivado, trabalhador sempre assíduo e com vontade de adquirir o máximo de competências e partilhar experiências. No final dos quatro meses o grupo desenvolveu uma grande união entre si e criou laços afetivos visíveis nas suas interações, entre si e com a comunidade.