Olhando para a maquete, o que salta à primeira vista é um retorno à traça original do edifício.
Olhando para a maquete, o que salta à primeira vista é um retorno à traça original do edifício.
ESCOLANOVA

Bordeira

Mãos à Obra: Está tudo a postos para a reabilitação da antiga escola

Na semana passada deu-se a apresentação do projeto ESCOLANOVA e o primeiro encontro com a população da aldeia da Bordeira para discutir o futuro da sua antiga escola que será um novo espaço de partilha e de criação.

Na última sexta-feira, dia 28 de janeiro, deu-se o primeiro encontro que juntou todos os intervenientes do projecto ESCOLANOVA (promotores, dirigentes municipais, arquitetos e comunidade local), que visa reabilitar a antiga escola da aldeia da Bordeira, localizada no município de Aljezur, já sem atividade e com o seu edifício em degradação há vários anos.

A ideia é transformar o espaço num centro de artes dinâmico com e para a população local, desenvolvendo em conjunto atividades artísticas regulares, exposições de fotografia, laboratórios de costura, uma horta comunitária, entre outros projetos que serão definidos nos próximos encontros.

Apresentação do projeto da escola à comunidade.
Apresentação do projeto da escola à comunidade.

Neste primeiro momento, estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Aljezur, José Gonçalves, e o presidente da Junta de Freguesia da Bordeira, José Francisco Estêvão, que fizeram a ponte entre a cooperativa cultural Lavrar o Mar, promotora do projecto, e a população, respondendo a uma série de questões relacionadas com o futuro da escola, a lógica da sua utilização e o seu valor para a comunidade.

De seguida, os diretores artísticos da Lavrar o Mar, Madalena Victorino e Giacomo Scalisi, partilharam as suas ideias concretas para este espaço renovado, incluindo a criação de uma biblioteca-roupeiro, uma horta-jardim e uma cozinha comunitária; mas mais importante ainda: construir um espaço comunitário que preste homenagem à antiga escola, aos seus ex-alunos, à sua história e à sua população.

Para documentar todo o processo de construção, participação e criação, a cooperativa convidou o videasta belga Thomas Ortegat-Traen, residente na Costa Vicentina, para filmar e realizar um filme que deverá estrear após a inauguração da nova escola e das primeiras atividades.

Este filme incluirá a história da escola e as memórias dos habitantes da aldeia, cruzando-as com o seu presente e o seu futuro, sem excluir a comunidade de imigrantes que têm vindo a aumentar nos últimos anos.

Os objetivos fundamentais dos arquitetos da obra, Ana Jara, Carlos Gomes e Patrícia Viegas do atelier Artéria, sediado em Lisboa, que desenharam o projeto prendem-se com o respeito pelo edifício, pela sua beleza arquitetónica, pela sua história e a sua nova função. Os arquitectos prepararam uma maquete 3D do projecto. Olhando para a maquete, o que salta à primeira vista é um retorno à traça original do edifício, com o alpendre e a arcada que deixaram de ficar visíveis durante anos. No interior, a entrada que originalmente estava destinada a receber alunos e professores, transforma-se agora numa cozinha comunitária (que também dá acesso às traseiras), ao lado da biblioteca-roupeiro mencionada.

A sessão de discussão com a comunidade da Bordeira foi positiva, frutífera e oportuna para esclarecer uma série de dúvidas sobre os próximos dez anos da ESCOLANOVA e mostrar à população a relevância do projecto. A generalidade dos habitantes mostrou-se receptiva e com motivação para contribuir e usufruir deste novo espaço.

O próximo passo consiste na assinatura do protocolo de cedência do espaço entre o município e a cooperativa, que acontecerá muito em breve.

Quanto ao futuro, está pensada uma segunda fase que visa a construção de um edifício adicional adjacente à escola (porém com uma separação física para deixar ‘respirar’ o original), já com uma dimensão maior, para um eventual salão de festas, que também poderá transformar-se numa sala de pequenos espectáculos e de ensaios. Para este efeito será necessário recorrer a novas candidaturas de modo a conseguir fontes de apoio adicionais.